sábado, 20 de agosto de 2016


epicurista

e eu, louco epicurista,
sedento dos teus sabores sagrados,
vergo-me à tua matéria mágica,
ajoelho-me perante os teus poderes alados

preencho-me e redescubro-me
alimentando-me da tua falsa pureza
entregando-me ao abismo que me abres,
gozando-me em êxtases sem delicadeza

e já quase morto, ou tão-só desfalecido
pelo feitiço das tuas intimidades,
sinto-me finalmente saciado pela tua seiva
refém sem retorno das minhas insanidades

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